quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Nas suas pesquisas e invenções, as ciências e os cientistas devem ter poder ilimitado?


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A ética é um ramo da Filosofia que se dedica a responder perguntas como estas: “o que é o bem?”, “como alcançá-lo?” e “como evitar o mal?”.
Para atingir os seus elevados propósitos, a ética se baseia na sabedoria acumulada ao longo da história da humanidade, refletindo sobre as suas luzes e sombras, sobre os seus acertos e erros, dialogando com as ciências humanas, como o Direito, a Sociologia, a Psicologia, a Antropologia, a Teologia e a própria Filosofia.
A ética lança o seu olhar para as mais variadas áreas do pensar e do agir humanos: para a economia, para a educação, para a cultura, para a religião, para as ciências, para a tecnologia etc. A ética tem coragem de fazer perguntas incômodas que, muitas vezes, as pessoas e a sociedade não estão dispostas a fazê-lo, ou estão tão distraídas com os afazeres da vida cotidiana, ou estão seduzidas pelos supostos benefícios do progresso da humanidade.
As ciências e os cientistas existem dentro da sociedade humana e devem estar a serviço dela, contribuindo para que ela alcance os seus propósitos, que poderiam ser a busca do bem comum, a defesa e promoção da vida e da dignidade humana, a fraternidade entre as pessoas e os povos, a humanização das estruturas sociais, entre outros.
Na eventualidade de que as ciências e os cientistas, em vez de contribuir, estorvassem a sociedade humana, é extremamente necessário limitar o seu poder e a sua ação. Num passado não muito distante, as pesquisas e invenções das ciências e os cientistas se prestaram para intimidar povos e nações através de armas de destruição em massa, tanto da vida quanto do meio ambiente e do planeta.
A sociedade não quer assistir de mãos atadas a supostos avanços científicos e tecnológicos que, em vez de contribuir para que os seres humanos vivam como irmãos e se ajudem mutuamente, divide, separa, confunde, leva ao materialismo consumista, ignorando a escassez dos recursos naturais, substituindo o trabalho humano pelas máquinas, favorecendo o desemprego e a miséria, manipulando indevidamente a vida vegetal e animal e o meio ambiente, interferindo na temperatura do planeta etc.
Espera-se dos cidadãos que acompanhem e pressionem as pessoas que lhes representam no exercício do poder, a fim de que criem leis e as apliquem no sentido de limitar as pesquisas e invenções das ciências e dos cientistas, pois nem toda produção científica interessa aos cidadãos e a sociedade em geral. As ciências e os cientistas devem ser responsáveis pelo que produzem, já que geram conseqüências que afetam o presente e o futuro da humanidade e do planeta.
Sabemos que, infelizmente, as ciências não são neutras; pelo contrário, elas servem aos propósitos das grandes corporações mundiais que, fazendo investimentos milionários em pesquisas e invenções, buscam quase exclusivamente vantagens econômicas, políticas e sociais.



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