Às vezes estamos tão acostumados à nossa
Eucaristia dominical ou diária que chegamos a nos esquecer que se trata de uma
celebração religiosa antiqüíssima que surgiu num contexto cultural e
lingüístico bem diferente do nosso atual.
A civilização greco-romana deixou marcas
permanentes na cultural ocidental, mesmo depois que esses impérios deixaram de
existir historicamente, sobre tudo graças ao Cristianismo romano, através da
sua liturgia que se esparramou pelos quatro cantos do mundo.
Quando o Filho de Deus se fez Homem, nascendo de Santa Maria, Israel estava sob a dominação do Império Romano, que havia sucedido ao grande Império Grego. Neste contexto histórico, geográfico, religioso e cultural, era comum em Israel os idiomas hebraico, grego e latino.
Quando o Filho de Deus se fez Homem, nascendo de Santa Maria, Israel estava sob a dominação do Império Romano, que havia sucedido ao grande Império Grego. Neste contexto histórico, geográfico, religioso e cultural, era comum em Israel os idiomas hebraico, grego e latino.
No que se refere às Sagradas Escrituras, o
Primeiro Testamento foi escrito em hebraico (depois traduzido ao grego), com
alguns livros originalmente já escritos em grego. O Segundo Testamento foi
completamente escrito em grego - ainda que o evangelho segundo Mateus, segundo
a Tradição da Igreja, originalmente fosse escrito em hebraico. Entre o fim do
século IV e começo do século V, os dois testamentos foram traduzidos por São
Jerônimo ao idioma latino, na famosa edição chamada Vulgata.
Palavras e expressões importantes nestes
idiomas geralmente foram preservadas, pois foi difícil encontrar sinônimos
adequados para a tradução nas diversas línguas.
A Igreja Católica Apostólica Romana adotou
o latim como seu idioma oficial, já que ele possui uma estrutura gramatical
muito precisa que facilita expressar as verdades da fé cristã, sem se prestar a
confusões ou problemas de interpretação. Ainda na atualidade, os documentos
oficiais da Igreja são originalmente publicados em latim; por isso o título dos
documentos está sempre em latim.
Com a crescente separação entre Igreja e
Estado nas diversas nações, os idiomas próprios de cada país passaram a ser
mais valorizados e preferidos em relação ao latim.
No importante Concílio Ecumênico Vaticano
II - celebrado entre os anos 1962 e 1965 - a Igreja aprovou o uso das línguas
vernáculas (próprias de cada país) para a celebração dos sacramentos, mesmo
conservando a oficialidade do idioma latino. Desde então as aclamações e
cânticos durante a Eucaristia começaram a ser traduzidos ou produzidos nos
diversos idiomas.
Nas suas atividades e celebrações oficiais,
especialmente de caráter internacional, a Igreja utiliza o idioma latino -
estudado e utilizado pelo papa, cardeais e pela maioria dos bispos, presbíteros
e diáconos - para facilitar a participação ativa dos presentes.
Na atualidade, existem grupos de ministros
ordenados e não ordenados - tanto idosos quanto jovens - que demonstram grande
interesse por recuperar a utilização do idioma latino (e também do grego),
especialmente em contextos celebrativos e sacramentais.
Essa prática é permitida, sempre que os
fiéis sejam suficientemente formados e entendam o sentido e o significado de
aclamações e cânticos que não pertencem ao seu contexto cultural e lingüístico.
A utilização do latim (e do grego) não deve prejudicar a compreensão e a
participação dos fiéis durante a Eucaristia, que têm o direito de participar
dos mistérios sagrados na sua língua vernácula, como o assegura a Igreja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário