sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Por que temos que "pagar taxas" para receber alguns sacramentos? A Graça de Deus não deveria ser de graça?


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O Código de Direito Canônico - conjunto de normas que regem a Igreja Católica Apostólica Romana - permite que sejam cobradas taxas - devidamente definidas por cada diocese - para o recebimento de alguns sacramentos.
Essa é uma prática antiqüíssima no Cristianismo Católico, inspirada inclusive nas Sagradas Escrituras, que, embora não o afirme literalmente, dá a entender que o ministro ordenado tem direito ao próprio sustento digno, uma vez que se dedica exclusivamente ao atendimento espiritual e pastoral dos fiéis, sem outra fonte de ingresso econômico.
Como se sabe, as taxas cobradas consideram também outras despesas relacionadas à administração de alguns sacramentos, por exemplo: o combustível utilizado para o deslocamento do ministro ordenado, a manutenção dos templos (limpeza, organização, iluminação, ventiladores, flores, velas, água etc), os funcionários responsáveis pela preparação dos documentos correspondentes (e seus equipamentos de trabalho: computador, telefone, Internet), entre outras despesas.
Ainda que seja uma prática permitida, algumas comunidades têm-se se esforçado para desassociar os sacramentos de suas tradicionais taxas, a fim de que fique mais evidente que a Graça de Deus é de graça, e que ninguém precisa pagar para ter acesso a Ela.
Tais comunidades têm optado por um trabalho mais dedicado à Pastoral do Dízimo, conscientizando aos fiéis que, cumprindo regularmente o seu compromisso cristão com as necessidades materiais da Igreja, as taxas deixam de existir e se supera definitivamente a incômoda ideia de compra e venda da Graça de Deus.
Também há comunidades que optam por realizar atividades promocionais e festas tradicionais, envolvendo tanto os fiéis quanto os comerciantes e empresários locais, contando com o apoio da iniciativa pública e privada.
De qualquer forma, o objetivo é não depender exclusivamente de taxas cobradas para a administração de alguns sacramentos para a sustentação dos ministros ordenados e para a manutenção do templo e dos seus funcionários.
As comunidades que ainda optam pela cobrança das taxas precisam informar bem aos fiéis - especialmente àqueles mais afastados da Igreja e que se aproximam quase exclusivamente para a celebração de alguns sacramentos - que a Graça de Deus é absolutamente de graça e que, na eventualidade de que uma pessoa ou família não reúna as condições econômicas suficientes para pagar as taxas, de modo algum estaria privada da Graça sacramental, pois a Igreja a dispensaria de tal pagamento.
Em última palavra, os fiéis que servem à catequese em preparação aos sacramentos precisam estar bem conscientes e se expressar de modo claro e objetivo a respeito das taxas, já que uma palavra imprópria ou fora do lugar pode ser mal interpretada e se prestar a confusões que afetam a credibilidade da Igreja como instituição fiel aos ensinamentos evangélicos.



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