segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O Natal é uma festa pagã?


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O centro do anúncio cristão, sem dúvida, era o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, para despertar a fé nos ouvintes. Em seguida, os ensinamentos mais importantes e os milagres mais significativos da vida pública de Jesus eram anunciados àqueles que acolhiam a fé cristã, a fim de que os discípulos se identificassem com o Mestre através do conhecimento e da espiritualidade.
Não passou muito tempo para que as pessoas começassem a fazer perguntas a respeito da infância e adolescência de Jesus, da Sua vida familiar e, ainda mais importante, sobre o mistério do Seu nascimento.
Buscando satisfazer essa curiosidade, os evangelistas Mateus e Lucas, inspirando-se na vida comum das famílias e dos meninos que viviam em Israel e professavam a fé judaica, e se fundamentando também nos abundantes escritos dos antigos profetas sobre o Messias Salvador, escreveram sobre a concepção milagrosa da Virgem Maria acompanhada pelo seu esposo José, o homem justo e carpinteiro.
As informações eram escassas, mas a intenção principal era despertar a fé nos ouvintes e demonstrar que as antigas profecias se cumpriram em Jesus, o Messias Salvador.
Não há informação segura sobre a data do nascimento do Filho de Deus feito Homem. Mas como os cristãos consideravam importante celebrar esse acontecimento tão grandioso e estupendo, que marcou a história entre antes e depois do Seu nascimento, foi necessário definir uma data. E o dia 25 de dezembro foi escolhido, seguramente influenciado pela tradicional festa romana dedicada ao Sol - adorado como uma divindade antes da chegada da fé cristã.
Naquela ocasião, havia grandes banquetes com comidas e bebidas abundantes e troca de presentes, despedindo-se do outono e se preparando para o intenso inverno no hemisfério norte, quando os dias seriam mais longos e as noites mais curtas.
Por se tratar de uma festa muito popular, os cristãos conservaram os seus aspectos positivos e, não sem dificuldade, foram lhe dando um novo significado, apontando para o nascimento de Jesus, o Sol nascente que veio nos visitar - conforme o evangelista Lucas.
Aos poucos foram introduzidos outros costumes populares, como a figura do bom idoso que deixava moedas de ouro nas chaminés das famílias mais pobres - cujas fontes remetem a São Nicolau, bispo de Mira, no século IV, na Turquia. A sua aparência foi se modificando até chegar ao aspecto atual: gordinho, alegre com roupas e chapéu vermelhos.
A tradição de montar o presépio com imagens do menino Jesus, da Virgem Maria, de José, dos pastores e dos reis magos do Oriente - recriando artisticamente as narrativas dos evangelistas Mateus e Lucas - tem sido muito útil na evangelização das crianças e das pessoas que não tiveram a oportunidade de serem alfabetizadas, além de ajudar na ornamentação cristã desta festa.
A árvore de Natal também é uma tradição bastante popular. Inicialmente, era um pinheiro de verdade, parcialmente coberto pela neve branquinha e, pela noite, iluminada pela lua e pelas estrelas brilhantes. Aos poucos essa bela paisagem foi trazida às casas, primeiro aos jardins e depois para os ambientes internos. As antigas velas foram sendo substituídas por luzes coloridas intermitentes, entre outros enfeites natalinos.
Em outras palavras, a atual festa cristã do Natal foi-se apropriando de elementos culturais inicialmente não religiosos ou cristãos, mas que foram resignificados com o objetivo de despertar nas pessoas a fé, a generosidade e a alegria motivadas pelo nascimento do Messias Salvador, Jesus, o Filho de Deus feito Homem. Importa não perder a motivação central do Natal no meio de tantas tradições culturais que foram sendo introduzidas, muitas vezes por interesses econômicos e comerciais. Não há Natal verdadeiro sem a referência explícita a Jesus.


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