terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Por que a participação dos homens é menor que a das mulheres na Igreja?


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Os homens, assim como as mulheres, foram criados por Deus com uma abertura ao espiritual, para o que está além dos seus cinco sentidos e da sua inteligência e racionalidade. Os homens também possuem uma capacidade emocional e afetiva que se expressa em gestos e palavras e na criatividade artística.
É curioso notar que, no que se refere às grandes religiões históricas, os fundadores foram homens: Moisés, Jesus, Maomé, Sidarta Gautama etc, e também os seus seguidores mais diretos. Quando pensamos nas igrejas cristãs históricas, observamos o mesmo fenômeno: Martin Lutero, João Calvino, Henrique VIII etc.
O interesse dos homens pelo sagrado e pelo religioso é uma evidência. Eles possuem uma sensibilidade pelo mistério, e desejam conhecer a Deus e a Sua Vontade, experimentar o Seu amor, e colaborar com Ele através do serviço generoso e desinteressado às pessoas mais necessitadas, especialmente com as habilidades e aptidões propriamente masculinas.
Culturalmente falando, desde a infância mais distante, os homens foram sendo treinados pelos seus pais e educadores para assumir tarefas e responsabilidades mais práticas, dirigidas mais à exterioridade. O objetivo era treinar os futuros chefes de família, capazes de prover as necessidades materiais da esposa e dos filhos.
Isso foi mais evidente durante a chamada Revolução Industrial, quando os operários trabalhavam até 18 horas por dia nas fábricas, retornando à casa apenas para dormir. A educação dos filhos ficava praticamente aos cuidados da mãe, ainda que não tardasse para que as mulheres e as crianças também fossem admitidas ao trabalho nas fábricas.
É verdade que, nas últimas décadas, as mulheres foram ganhando maior autonomia intelectual, profissional e econômica e foram conquistando a igualdade de direitos e deveres em relação aos homens, na sociedade e na Igreja. Mas as bases culturais tantos masculinas quanto femininas ainda continuam muito presentes nos modelos educativos familiares e escolares.
Anteriormente, as funções dos homens estavam bem definidas dentro do próprio lar, e eram aceitas tanto pelas suas esposas quanto pelos seus filhos. Essa experiência era levada ao ambiente da Igreja e das suas comunidades. Na atualidade, os homens têm encontrado dificuldades para exercer aquelas funções tradicionais e costumam ser questionados pelas esposas e pelos filhos. E essa situação se repete dentro da Igreja e das suas comunidades.
Ainda hoje encontramos um considerável número de homens que não se sentem motivados pela Igreja nem pelas suas atividades porque foram treinados para assumir tarefas e responsabilidades mais práticas, dirigidas mais à exterioridade. Quando não encontram condições para desempenhar estas funções, os homens perdem as motivações.
O ambiente eclesial, cada vez mais feminino, também acaba sendo um desafio para os homens que, culturalmente, não se prepararam para trabalhar em parceria com as mulheres, ou mesmo para respeitá-las como coordenadoras e experientes agentes de pastoral. O subjetivismo, a emotividade e a sensibilidade excessiva das mulheres também costumam ser desculpas masculinas para não participar da Igreja e das suas atividades.
Importa que toda a Igreja - ministros ordenados e não ordenados, homens e mulheres, crianças, jovens e adultos - tome consciência do crescente afastamento e falta de interesse dos homens e juntos, começando pelas famílias, repensem os seus modelos educativos e se empenhem para atrair a participação masculina de modo harmônico com as mulheres, numa perspectiva de complementaridade.



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