sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Que compromissos nós cristãos temos com os moradores de rua?

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“Tive fome e me deram de comer. Tive sede e me deram de beber. Era forasteiro e me recolheram. Estive nu e me vestiram, doente e me visitaram, preso e vieram me ver [...] Cada vez que o fizeram a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizeram” (Mateus 25, 35-36.40)
O cristão reconhece nas pessoas necessitadas o próprio Cristo que - de uma maneira misteriosa, mas real - se identifica com todo e cada ser humano (pelo mistério da Encarnação, Deus Filho se fez Homem e se uniu à humanidade de modo definitivo), especialmente com as pessoas mais necessitadas.
O cristão se esforça para ser outro Cristo, para viver como Ele viveu e ter os mesmos sentimentos, pensamentos e atitudes d’Ele.
Durante a Sua vida terrena e Seu ministério público, Cristo se aproximou das pessoas mais necessitadas, relacionou-se com elas, tocou-as, conversou com elas, partilhou alimentos com elas, defendeu-as, anunciou-lhes a Boa Notícia de Deus, afirmou que o Reino de Deus pertence aos pobres.
Os apóstolos e os discípulos de Cristo compreenderam muito bem o testemunho d’Ele e os Seus ensinamentos. O Segundo Testamento narra diversas ações de Cristo e das primeiras comunidades cristãs a favor das pessoas necessitadas, no sentido de promover a sua dignidade, acompanhando-as sem substituí-las.
Os moradores de rua se enquadram no imenso e diversificado grupo das pessoas necessitadas.
Vários fatores podem determinar que pessoas (ou mesmo famílias inteiras) passem a morar nas ruas ou continuem nessa situação: migração, êxodo rural, desestruturação e degradação das famílias, desemprego, miséria, deficiente educação básica e profissional, consumo de drogas lícitas e ilícitas, criminalidade, indiferença social, discriminação, doenças degenerativas, abandono social, escassos investimentos em projetos habitacionais etc.
Sem deixar de anunciar a Boa Notícia de Jesus Cristo de modo direto, os cristãos evangelizam os moradores de rua no compromisso pela promoção da sua dignidade, defendendo os seus direitos junto à sociedade e aos seus representantes e dirigentes sociais, apresentando projetos e participando deles ativamente, facilitando o regresso às suas famílias e cidades de origem, oferecendo-lhes refúgios em tempos climáticos adversos, mobilizando a sociedade para conseguir-lhes e distribuir-lhes alimentos, agasalhos, cobertores, zelando pela sua segurança e integridade física, possibilitando-lhes meios para higiene pessoal, tratamento de saúde e administração de remédios, disponibilizando casas de recuperação para suspensão do consumo de drogas etc.
Os cristãos também fazem o necessário diálogo com a iniciativa pública e privada para que os moradores de rua recebam educação básica e profissional, possam se organizar para desenvolver atividades que gerem renda, possam ingressar em projetos habitacionais.
Estes e muitos outros trabalhos são realizados pelos cristãos junto aos moradores de rua, especialmente com as crianças, os idosos e os doentes.



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